Um dia em Salamanca

Quando um fim de semana começa à sexta-feira, temos a oportunidade de fazer aquelas coisas que só dois dias não chegam e não há desculpas para continuar a adiar. O nossos planos para o primeiro fim de semana prolongado de dezembro eram visitar a família perto da fronteira, e daí "dar um saltinho" a Salamanca. A visita à cidade foi rápida, fomos na sexta-feira bem cedinho e regressamos já à noitinha. Aproveitamos para passear pelo centro histórico da cidade, fazer compras, saborear as deliciosas tapas e divertirmo-nos em família, que é afinal a parte mais importante.



Fomos de carro, estacionamos num dos inúmeros parques subterrâneos que existem no centro, o preço máximo  por dia é treze euros e alguns cêntimos (24 horas). Quem se deslocar de carro e ficar alojado em hotel, deve verificar se tem estacionamento incluído, pois é difícil estacionar na rua. 

Plaza Mayor

Plaza Mayor

A primeira paragem foi no posto de turismo, instalado na Plaza Mayor (aberto das 9 às 14h e das 16 às 18h30). Tem disponível vários serviços, incluindo audioguias (em espanhol, inglês e francês). Nós levamos um mapa da cidade, pois ainda somos adeptos dos mapas em papel. Esta praça é a mais majestosa da cidade, e uma das mais bonitas de Espanha. 

Plaza Mayor


Salamanca é uma cidade com uma arquitectura imponente, conhecida pela sua Universidade, fundada em 1218, a mais antiga da Península Ibérica e uma das mais antigas da Europa. Um dos símbolos da cidade é a rã, presente de várias formas e feitios em todas as lojas de recordações. Os lojistas não se cansam de contar a lenda da rã, que está esculpida na fachada da Universidade. Os estudantes que a encontrarem terão sucesso nos exames, os outros estão condenados ao chumbo, segundo a lenda. Para os não estudantes, se encontrarem a rã devem pedir um desejo, que segundo a lenda, se realiza.  

Convento de San Esteban

Outra lenda famosa de Salamanca, está relacionada com a Cova de Salamanca, ou Torre de Villena (antiga muralha). Conta a lenda que Satanás se disfarçou de sacristão e durante sete anos ensinou as ciências do oculto a sete discípulos. Um dos alunos, o Marquês de Villena, conseguiu enganar o diabo e libertar-se, sacrificando a sua sombra. A entrada neste espaço é gratuita, tem uma torre e no fim de perto de uma centena de degraus está num dos miradouros da cidade. Está aberto das 10 às 20 horas no inverno, ou às até 22 no verão. Nós subimos à torre, mas a vista sobre a cidade foi condicionada pela nebulosidade que junto com o vento e o frio não nos permitiu apreciar devidamente.


Cova de Salamanca


Os edifícios estão bem conservados, as ruas são limpas e agradáveis. Fizemos tudo a pé, mas a ameaça de chuva impediu-nos de nos demorarmos a procurar a rã. Este não é o único elemento a procurar nas fachadas dos edifícios emblemáticos da cidade, na Catedral durante o restauro do final do século passado foram adicionados dois elementos para representarem o século XX: um astronauta e um gelado na mão de um dragão. Salamanca tem duas Catedrais, ligadas entre si, a Velha, e a Nova. 

Catedrais

O complexo Catedralício fica completo com o "Ieronimus", espaço que permite descobrir e perceber a cidade medieval, possibilita também o acesso às Torres, com vista sobre a cidade e sobre o interior das Catedrais com vista priveligiada, pois proporciona a circulação pelos arcos. O bilhete custa 3.75€ e a visita é ideal em dias de céu limpo para se usufruir de toda a magnífica vista nas várias direções. Junto às Catedrais, na Praça de Anaya,estava a ser ultimada a montagem da feirinha de Natal. 


Entrada Principal da Catedral

Interior da Catedral


O tempo estava gélido, chegamos com sol, mas o vento obrigava-nos a agasalhar. Na hora de almoço veio um grande aguaceiro, e granizo, felizmente estávamos na Plaza Mayor, que nos protegeu e aproveitamos para ficar por ali até a chuva passar. As opções gastronómicas são imensas, desde restaurantes tradicionais, tapas, pizzarias, e até macdonald's. 
No fim do almoço, como está quase tudo fechado e o tempo melhorou, fomos passear até às margens do Tormes, ver a paisagem ribeirinha e a Ponte Romana.
Ponte Romana
Ponte Romana

 Na entrada da Ponte Romana tem um ponto de empréstimo de bicicletas. Salamanca tem várias ciclovias, o que facilita a sua utilização. Existem também vários pontos de empréstimo, podendo levantar a bicicleta num local e entregar noutro. 

Rio Tormes

Visitamos a biblioteca municipal, também conhecida pela Casa das Conchas, pois a sua fachada está adornada com conchas, símbolo da Ordem de S. Tiago.

Casa das Conchas


Salamanca é uma cidade cheia de vida, dinâmica e repleta de gente. Apesar do frio, à noite as ruas continuam muito movimentadas. Tem muito comércio, tanto dos grandes grupos de retalho, como lojinhas encantadoras, onde aproveitamos para fazer algumas compras já a pensar no Natal.




Foi um excelente dia, nós já conhecíamos, mas é sempre bom voltar a Salamanca.



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